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domingo, 12 de junho de 2011

Alabama, terra do atraso




Situado entre os estados mais pobres da nação, Alabama acabou promulgando a mais dura lei contra os imigrantes ilegais. Os legisladores estaduais tomaram como base a lei aprovada no estado do Novo México e conseguiram ser ainda mais draconianos.


A lei, assinada pelo governador republicano Robert Bentley em 9 de junho e que entra em vigor em 1º de setembro, confere poder aos policiais para prender pessoas suspeitas, caso elas tenham sido paradas por alguma razão, exige que empresas verifiquem os documentos antes de contratar um novo funcionário e estipula severas multas para empresários que contratem ilegais.

Além disto, proíbe proprietários de imóveis de alugar casas ou apartamentos para quem não estiver devidamente autorizado a trabalhar no país. Extrapolando as leis promulgadas no Novo México e na Geórgia, a do Alabama exigirá que as escolas chequem o status legal dos estudantes antes de matriculá-los. E, finalmente, quem transportar ou abrigar indocumentados incorrerá em crime. Isto vale até mesmo para as igrejas.

Debitar os problemas econômicos nas costas dos indocumentados é injusto e inverídico. Como se sabe, Alabama, assim como a maioria dos estados do sul dos EUA, congrega uma população formada majoritariamente por negros, descendentes dos escravos, e por brancos, que pertenciam aos senhores de escravos e que não aceitaram a integração racial. Isto gerou inclusive uma aberração batizada de Ku Klux Klan (KKK), que infelizmente ainda está ativa no país, agindo subrepticiamente e pregando discursos de ódio contra negros, judeus e agora aos imigrantes, sobretudo os latinos que carregam nos rostos as feições indígenas.

Alabama pode ser a epítome deste discurso racista. Afinal Montgmorey, a capital do Estado, é famosa no país inteiro por seus ostensivos atos racistas e por abrigar alguns dos fundadores da odiosa KKK. E nem por isto o Estado goza de uma qualidade de vida invejável em comparação aos estados do norte dos EUA.

Claro que os grupos de direitos humanos já estão armando-se juridicamente para enfrentar uma lei que eles qualificam como inconstitucional e racista. Inconstitucional porque o Estado quer legislar sobre uma matéria de âmbito federal e racista por claramente perseguir as pessoas que, por seus traços físicos, integram um grupo étnico.

Os defensores da expulsão dos imigrantes ilegais do país acreditam, porém, que a lei prevalecerá na Suprema Corte. O resultado final apenas o tempo dirá, mas este é mais um capítulo da necessidade de se aprovar uma lei de imigração que contemple os dois lados: os progressistas e os conservadores. Para se chegar a um consenso, no entanto, os conservadores precisam parar com argumentos inconsistentes.

Sempre que são acusados de racistas, os republicanos enfatizam ser defensores dos imigrantes desde que eles sigam os procedimentos legais para vir aos EUA, mas reprovam a atitude daqueles que entraram pela fronteira com o México, por terem infringido as leis. Os progressistas, por sua vez, acusam os adversários de racistas e de se negarem a resolver a questão de maneira lógica.

Claro que os ilegais descumpriram as leis do país e merecem ser punidos. Todavia, uma pesada multa poderia colocá-los legalmente no sistema e eles ajudariam inclusive as finanças públicas ao injetar dinheiro no governo e ao reforçar o Social Security, sistema de previdência do governo que está à beira da falência. Outro argumento dos conservadores que não se sustenta é o de que o país não comporta mais 11 milhões de habitantes. Isto seria verdade se os EUA fossem abrir as fronteiras para entrar mais 11 milhões, mas o fato é que estas pessoas já vivem aqui e expulsá-los, como querem os mais radicais, somente desestruturaria o sistema produtivo do país, fortemente baseado nos imigrantes.

Portanto, em vez de caça às bruxas, o que o país precisa é de uma lei de imigração abrangente e humana que insira na sociedade quem aqui já vive ao mesmo tempo em que reforça as fronteiras dos EUA para impedir que ilegais, armas e drogas continuem entrando no país de uma maneira, digamos, menos ortodoxa.

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