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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Dinheiro não traz competência



No tempo em que a Globo era dona sozinha do pedaço, quando sua audiência oscilava entre 70 e 80%, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, a quem muitos creditam o sucesso da quase “imexível” grade de programação da emissora, costumava responder aos que vinham lhe falar do uma nova e sensacional atração de uma concorrente: “as outras emissoras são as mais vistas nos jornais”.


De fato, volta e meia uma ou outra emissora aparecia com um produto novo que trêfegos colunistas de jornais e revistas já adiantavam que a supremacia da Globo estava ameaçada. Mas Boni tinha razão, eram apenas espasmos que logo logo caíam no esquecimento e a poderosa do Jardim Botânico seguia incólume em sua marcha vitoriosa de líder absoluta.

Hoje os tempos são outros. A audiência da Globo já não é a mesma, sua média mensal não passa dos 20 pontos. Não devido ao crescimento da concorrência, simplesmente porque a emissora, embora líder absoluta, perdeu público com a chegada de novas mídias, sobretudo a internet e suas impressionantes redes sociais. As demais emissoras seguem patinando abaixo de 8 pontos de média.

Antes que me acusem de estar defendendo a Globo, lembro que estou falando de au-di-ên-ci-a, não de conteúdo.

Muito bem, mas voltando ao ponto central da coluna, vamos tentar descobrir por que as outras emissoras fazem o diabo para melhorar a audiência e não o conseguem.

Comecei falando do Boni e da grade da Globo, que há decadas praticamente não se move. Há uma espinha dorsal que alavanca e sustenta a programação do horário nobre. E a Globo se dá ao luxo de fazer experimentações em faixas horárias menos nobres, mas na espinha dorsal ninguém, nem o Doutor Marinho se estivesse vivo, mexeria. Se você perguntar a qualquer brasileiro o que vem antes e depois do JN, todo mundo sabe. Faça a mesma pergunta em relação ao SBT e à Record, certamente nem o bispo Macedo ou Silvio Santos saberão a resposta.

Com relação à Record, há um capítulo à parte que deve ser relembrado. Há cerca de 4 a 5 anos, a emissora deu uma boa avançada. Priorizava o jornalismo e seus índices de audiência eram tão promissores que o slogan “a caminho da liderança” se fortaleceu e parecia que a Globo finalmente teria uma concorrente à altura.

Mas eis que, de repente, em setembro de 2008, se não me engano, eles inauguraram o canal de notícias Record News, com a presença de Lula, Serra, Kassab e figuras de proa do empresariado paulista. Pois não é que na frente dessa gente toda e de toda a mídia, o bispo Macedo resolve fazer um discurso cheio de ódio, prometendo que os dias da Globo estavam contados?

A partir dali os bispos e filhotes de bispos que administram a TV da Barra Funda passaram a contratar a esmo, política que prevalece até hoje. Não importa a ética nem o custo. O importante é tirar das outras emissoras profisssionais que estão dando certo, mesmo que modestamente. Da Globo conseguiram tirar um ou outro, lá atrás. Hoje não tiram mais ninguém. As pessoas preferem ganhar menos na Globo do que três ou quatro vezes mais na rede dos bispos.

Conclusão, a bisparada se satisfaz hoje em tirar gente da Band e do SBT. A emissora virou uma colcha de retalhos, um verdadeiro Frankenstein, com pedacinhos do SBT, da Band, da Cultura e até da MTV. E o pior, aviltou completamente o mercado de trabalho, assediando profissionais com contrato em vigor sem nenhuma ética, mesmo que tenha que pagar a multa contratual pela rescisão do novo contratado. Pior ainda, é que as novas contratações não alavancam audiência nenhuma. Na verdade, trocam seis por meia dúzia, porque o recém-contratado não acrescenta nada aos números do Ibope, trazem no máximo os pontinhos que tinham na emissora antiga.

O caso mais recente é o do José Luiz Datena, que matou dois coelhos de uma só cajadada, segundo informação da mídia especializada. Datena, que já passou pela TV do bispos e saiu de lá dizendo cobras e lagartos, e até ameaçando descobrir “coisas da Record” ( Veja o vídeo ) , acaba de ser recontratado em condições excepcionais. A Record vai retirar a ação na Justiça contra ele e ainda vai pagar a multa rescisória à Band, no total a bagatela de 38 milhões de reais, foi quanto custou o passe do apresentador. Do salário, não se sabe ao certo. Há quem fale em 600, 800 ou até um milhão mensais. O que é perfeitamente viável, porque o Gugu foi levado do SBT para ganhar 3 milhões mensais na Record, limpos, sem despesas de produção. Enquanto a Record seguir essas aberrações, ela jamais vai chegar perto da Globo.

Outra aberração da Record: querer imitar a Globo até no lixão, caso do famigerado BBB. Pois não é que a Record resolveu criar a tal Fazenda, que reune falsas “celebridades” com a proposta de mostrar mais sacanagem do que o BBB? A diferença é que o BBB entra na grade de programação da Globo em horário que não fere a tal espinha dorsal a que me referi acima, enquanto a Fazenda, porque consegue audiência de dois dígitos, altera toda a grade da Record, os outros programas que se lixem, porque a prioridade passam a ser os “fazendeiros”, que entram em vários horários da manhã à noite, espalhando um clima de insatisfação generalizado entre as demais producões.

Do que foi dito, e poder-se-ia dizer muito mais, fica a lição: dinheiro não traz competência. Os milhões que caem dos céus para manter viva a rede do bispo não vão fazer milagre. Pastor é pastor, eles entendem de fazer dinheiro, só Deus sabe como, mas de televisão não entendem absolutamente nada



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