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domingo, 26 de junho de 2011

Futebol e religião não combinam


Miami (EUA) - Às vésperas do início da Copa América – a mais importante competição entre seleções nacionais de futebol da América do Sul -, o técnico da seleção brasileira, Mano Menezes (foto), vetou a presença de pastores evangélicos na concentração da equipe na cidade de Campana, na Argentina, país onde será realizado o torneio.


A barração foi uma decisão sábia e sensata. Ao contrário da Copa 2010 na qual Dunga deu liberdade aos pastores para frequentar a concentração, o novo comandante do time verde-amarelo considera uma intromissão indevida a participação de pessoas que não integrem o staff da comissão técnica.

Sem discriminar a fé de nenhum atleta, Mano pretende dissociar religião do esporte. Além do Brasil ser um estado laico, comemorar gols com mensagens religiosas em camisetas por baixo da camisa oficial não pega bem. A própria Fifa (Federação Internacional de Futebol) proibiu manifestações religiosas durante competições esportivas.

Isso ganhou mais visibilidade depois do crescimento das religiões cristãs neopentecostais, que fazem da religião uma maneira de espetáculo e sobretudo de faturamento monetário. Para os líderes religiosos deste naipe estar ligado a personagens de destaque nos cenários esportivo e artístico é importante, uma vez que serve como propaganda para seus negócios, ooops, templos.

Voltando ao futebol, seria incrível ter em uma mesma equipe integrantes de várias religiões. Quando o protestante faz o gol, ele ergue as mãos para os céus em agradecimento a Deus; já o católico, ajoelha-se, persigna-se e também a agradece a Deus; o muçulmano, por sua vez, ajoelha-se em direção a Meca para render homenagem a Alá; o judeu agradece Jeová e, na concentração, come apenas alimentos kosher, isto é, benzidos pelo rabino. O budista acenderia um incenso para o Ser Supremo, enquanto o hindu cantaria um mantra para Shiva. O umbandista jogaria flores para Iemanjá ou faria oferendas para Ogum. Finalmente, o ateu acharia tudo uma bobagem e mandaria os religiosos para aquele lugar…

O duro é que, apesar do tom irônico do parágrafo anterior, estas comemorações eram mais comuns do que se pode pensar até que os dirigentes da Fifa decidiram intervir e emitir uma nota proibindo manifestações religiosas no momento do gol – o gozo supremo do futebol.

Além de ser politicamente incorreto, uma comemoração deste tipo pode enfurecer os adversários, irritar os torcedores e provocar desconforto entre os próprios companheiros da equipe e seus próprios simpatizantes. Claro que cada um tem todo o direito de seguir sua fé ou até mesmo de não ter nenhuma religião, o que se deve evitar é levar para uma praça esportiva uma demonstração inequívoca de sua fé e provocar reações de apoio, de insatisfação e de desconforto.

Claro que a proibição, para ser completa, deveria ser estendida para os indefectíveis empresários, as onipresentes “maria-chuteiras” e os ridículos torcedores profissionais que tudo fazem para aparecer em uma fotografia abraçado a um craque ou artista famoso para fingir uma intimidade que nem de longe é real e verdadeira.

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