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domingo, 26 de junho de 2011

Gerheim x Xico Vargas




Rio - Nos primórdios da década de 80, mais precisamente durante os Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984), José Antônio Nascimento Brito, filho de Manoel Francisco do Nascimento Brito (1922-2003), diretor-proprietário do Jornal do Brasil, decidiu ir aos Estados Unidos. E em sua passagem por Los Angeles, não sei bem qual a razão, decidiu demitir o subeditor de esportes do jornal, Édson Afonso, que chefiava a equipe que cobria a Olimpíada. Oficiosamente, dizem que José Antônio ficou estupefato com os gastos da delegação do JB em Los Angeles e tomou a decisão.


Não estou inteirado dos verdadeiros motivos porque, a essa altura do campeonato, trabalhava com José Inácio Werneck, companheiro do Direto da Redação, na Viva – A revista da Corrida, também do grupo JB, na Avenida Brasil, 500 (foto). O certo é que a demissão de Édson Afonso provocou um impacto na editoria de esportes por uma razão muito simples: Édson Afonso era amigo de fé, irmão camarada, de Xico Vargas, que exercia um cargo de chefia no jornal. Daí em diante, Xico Vargas – de tamancos holandeses e rabo de cavalo nos cabelos – passou a pressionar e fiscalizar o editor de esportes José Antônio Gerheim. Assustado Gerheim foi até a Viva e me convidou para ocupar o lugar de Édson Afonso.

Mas não pensem que a fiscalização de Xico Vargas amainou.

Comigo, nas folgas de José Antônio, Xico Vargas pegava mais leve, até porque, veterano de guerras passadas, eu o encarava de frente. Mas nos finais de semana de Gerheim, Xico Vargas pegava pesado e interferia nas edições. Gerheim ficou tão assustado que passou a usar um galho de arruda atrás de orelha, numa atitude ridícula. Foi então que surgiu o impasse. Sabendo que eu não me amedrontava com o ruído dos tamancos de madeira de Xico Vargas, Gerheim me propôs trabalhar com ele em todos – eu escrevi em todos – os finais de semana e folgar, de 15 em 15 dias, apenas nas segundas e terças-feiras. Um absurdo sem tamanho, até porque o trabalho era duro.

Na época, desquitado, fazia questão fechada de passar os finais de semana com meus filhos Roby e Cristiana Porto, porque não os via nunca. Íamos à praia, viajávamos para Javari (distrito de Miguel Pereira-RJ) e nos divertíamos a valer. Durante a semana, Roby e Cristiana (que moravam com a mãe) tinham seus afazeres. Em poucas e resumidas palavras, não aceitei a proposta escravagista de Gerheim. Ou ele tomava coragem e enfrentava Xico Vargas ou me demitia. E foi o que ocorreu. Certo dia, no sétimo andar, onde funcionava a lanchonete do JB, ele me fuzilou à queima roupa. Não sei quem me substituiu. Mas tenho a mais completa e absoluta certeza de que o sujeito que entrou em meu lugar comeu o pão que o diabo amassou.

Pouco tempo depois, mesmo com o galho de arruda e trabalhando sem folga, Gerheim foi detonado. Afinal de contas, Xico Vargas e seus tamancos era amigo de Maria Regina, também filha de Manoel Francisco do Nascimento Brito. Ou seja, botava banca porque tinha as costas quentes. No lugar de Gerheim, assumiu pela segunda vez, João Máximo, meu amigo de mais de 40 anos. Confesso que senti o peso da traição de Gerheim, mas em pouco tempo estava contratado como comentarista da Rádio Tupi. Mas lá não fiquei muito tempo. Na Copa do Mundo de 1998, sob o comando de Fábio Dupin, retornei pela quinta vez ao Jornal do Brasil, com o peito em festa e o coração a gargalhar.

Do galho de Arruda de Gerheim não sobrou uma mísera e escassa folhinha.

Como diria o ‘filósofo’ Neném Prancha, se galhinho da Arruda garantisse o emprego de alguém, o JB estaria até hoje botando a banca de inteligência que sempre botou.




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