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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PSDB em São Paulo Seis meses após inauguração, trecho sul do Rodoanel não tem telefones de emergência nem sinal de celular

Psdb e odescaso em SP,Imagem mostra trecho sul do Rodoanel Mário Covas, na região metropolitana de SP
Inaugurado há exatos seis meses, o trecho sul do Rodoanel Mário Covas, na região metropolitana de São Paulo, permanece sem telefones de emergência ao longo dos seus 57 km de extensão, entre as cidades de Embu e Mauá. A reportagem do XFM Notícias percorreu todo o trecho da rodovia e constatou que também não há sinal de celular em algumas partes.

Caminhoneiros reclamam de falta de segurança e más condições no Rodoanel

Motoristas entrevistados pela radio XFM Notícias afirmam que não há segurança, nem condições adequadas para a circulação no trecho sul do anel rodoviário.
Ou seja, o motorista que trafegar pelo trecho sul do Rodoanel e tiver algum tipo de problema não terá como avisar as autoridades competentes ou pedir socorro, diferentemente do que ocorre nas principais rodovias do Estado, que possuem telefones de emergência em intervalos regulares --algumas delas a cada quilômetro.
Além disso, com exceção de pontos específicos, como pontes e viadutos, o Rodoanel não possui iluminação, o que agrava a situação do motorista que tiver o seu veículo quebrado.
Para completar, grande parte das áreas ao redor da rodovia é completamente inabitada --há sete unidades de conservação-- e não há saídas para acessar os bairros dos trechos urbanizados, o que impede, inclusive, que comunidades vizinhas usufruam da obra.

Carro-chefe de Serra

O trecho sul do Rodoanel, que possui quatro faixas de rolamento em cada mão, liga as rodovias dos Bandeirantes, Anhanguera, Castello Branco, Raposo Tavares e Régis Bittencourt --todas elas perpassadas pelo trecho oeste do anel viário-- ao sistema Anchieta-Imigrantes, que unem a capital à Baixada Santista.

Com orçamento de R$ 5,03 bilhões, o trecho sul é um dos carros-chefe do governo de José Serra (PSDB) em SP e foi usado à exaustão como propaganda durante a campanha presidencial. A obra foi a última grande ação do tucano no governo do Estado antes de se afastar do cargo, um dia depois da inauguração, para disputar a sucessão presidencial.

Logo após a entrega, o governador em exercício, Alberto Goldman, admitiu que pequenas obras teriam que ser feitas e disse que os problemas seriam corrigidos em até 60 dias, mas algumas falhas persistem.
Durante o trajeto no trecho sul, a reportagem verificou que há “buracos negros” de sinal de celular do km 33 ao km 37 e do km 80 ao km 86. Em vários outros trechos o sinal é instável. Segundo a Dersa --estatal que administra a via--, o governo negociou com operadoras de celular a instalação de torres para resolver o problema.
O prazo dado para concluir a instalação termina nesta quinta-feira (30). Radio XFM 98,9 entrou em contato com o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia, mas não obteve resposta a respeito da implantação até fechamento da reportagem.
Sem sinal de celular ou com o sinal estável, boa parte dos rastreadores dos caminhões não funciona. Também não há postos de gasolina nas margens da pista do trecho sul

Há apenas um posto de policiamento rodoviário em todo o trecho, um pouco antes do acesso à rodovia dos Imigrantes. A Polícia Militar Rodoviária diz que faz o policiamento de todo o trecho sul com carros, motos e caminhonetes, intercalando pontos de estacionamento e patrulhamento ostensivo. Porém, enquanto a reportagem percorreu o Rodoanel, não havia policiais fazendo ronda, nem fora do posto.
Por conta desses fatores, dias após a inauguração, caminhoneiros começaram a evitar o trecho sul do Rodoanel alegando não haver segurança. Sindicatos e empresas também orientaram os motoristas a evitarem o trecho.
Contudo, com a proibição da circulação de caminhões entre 5h e 21h nas avenidas dos Bandeirantes, Jornalista Roberto Marinho, marginal Tietê e em vias do Morumbi, o trecho sul do Rodoanel acaba sendo a única opção para o caminhoneiro que quiser ir do interior para o litoral.
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o trecho sul do Rodoanel reduziu em 44% o número de caminhões que circulam por dia na avenida dos Bandeirantes (de 17 mil para 9.500). Na marginal Pinheiros, a diminuição foi de 27,7%, de 36 mil para 26 mil.

Outro lado

A Dersa afirmou que o projeto original do Rodoanel não previa saídas e acessos à rodovia para evitar a ocupação irregular de áreas de mananciais e de proteção ambiental nos arredores. Segundo o órgão, isso ajuda a evitar roubos, já que as possibilidades de fuga são reduzidas.
Sobre a ausência de postos, a Dersa disse que também não estava previsto no projeto original e que traria implicações ao ambiente. A reportagem do XFM Notícias questionou o órgão sobre a falta de telefones de emergência, mas não obteve resposta.
O governo do Estado também havia se comprometido a instalar 51 câmeras de segurança para registrar, durante 24h, as imagens do trecho sul. A Dersa também não respondeu se os equipamentos foram colocados.
Por Flavia Almeida Freire
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