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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Contratação de médicos é questionada em Itapecerica da Serra

Compartilhar 0Por Patrícia Alves Gazeta SP O vereador Clóvis Pinto, na última sessão da câmara municipal de Itapecerica pronunciou denúncias contra a Secretaria Municipal de Saúde e sua Autarquia. De acordo com o vereador foi tomada uma decisão em conjunto para que a Autarquia Municipal de Saúde pudesse esclarecer algumas posturas que ela está adotando referente à saúde no município. O vereador questionou sobre a Audiência Pública que deveria ter acontecido no mês de julho para solucionar problemas da saúde na cidade, mas ao chegar para a reunião não havia ninguém da Autarquia. “Eu pensei que fosse sanar minhas dúvidas com a Audiência Pública, mas isso não aconteceu. Eu estava sozinho na audiência”, disse. Segundo relatório entregue a reportagem da GSP pelo vereador, o Pronto Socorro do Jardim Jacira, Pronto Socorro Central e Centro de Especialidade Municipal (CEM) estão com falta de equipamentos e o atendimento é precário no local. Consta também no relatório que as refeições dos funcionários e pacientes são transportadas em carros inadequados como ambulâncias, veículos administrativos e até veículos particulares. A falta de fiscalização dos serviços erários públicos também foi questionada pelo vereador. O vereador aponta que no município existem apenas três ambulâncias e todas em mau estado de conservação e sem pessoal treinado e nem equipamentos em casos de emergências. O aparelho de Raio-X é antigo, mal conservado e obsoleto, funcionários trabalham sem proteção e sem dosímetro (aparelho que mede a radiação no corpo da pessoa). No relatório também consta a existência de uma cooperativa que contrata médicos para trabalharem no local, mas ninguém sabe como esses médicos são contratos, já que de acordo com o vereador não houve licitação e nem concurso público no município. O documento diz que o médico é um profissional que recebe a sua remuneração conforme as horas trabalhadas. Nos últimos meses foram pagas mais de duas mil horas por mês, portanto foram pagas cerca de setenta horas por dia, logo deveria haver, no mínimo, três médicos por dia no Pronto Socorro. O número tomado como ótimo pela Autarquia são de dois médicos por dia. O vereador aponta que no município existem apenas três ambulâncias e todas em mau estado de conservação e sem pessoal treinado e nem equipamentos em casos de emergências. O aparelho de Raio-X é antigo, mal conservado e obsoleto, funcionários trabalham sem proteção e sem (aparelho que mede a radiação no corpo da pessoa). Questões No relatório, o vereador cita algumas questões: são indevidas estas horas pagas? Onde está à necessidade em se contratar uma cooperativa de médicos para atender numa unidade em que já são pagas mais de 2.000 horas médico/mês? Onde está a legalidade do processo? De que forma o poder público paga uma cooperativa fantasma? Como a Autarquia da Saúde (ou prefeitura) paga médicos que não fazem parte de seu quadro de funcionários? Segundo apuração do próprio vereador a cooperativa chama-se MEDCARE, situada em Osasco, e que mais de R$ 1.000.000,00 são gastos por ano com a empresa. No relatório consta por escrito que (“Os médicos relacionados no relatório são cooperados da MEDCARE e não fazem parte do quadro de funcionários municipais. Não tem, portanto, seus trabalhos supervisionados por qualquer mecanismo, não são atingidos por qualquer norma de normatização municipal e tem o salário secreto, pago de forma não clara, mas com certeza pagos com dinheiro público”). “Estamos questionando como foi feito a contratação dos médicos, pois não houve licitação e muito menos contrato, estamos querendo saber quem controla a atividade desses médicos”, comenta o vereador Clóvis Pinto. Resposta Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura do município de Itapecerica da Serra, as denúncias não procedem, “todos estão agindo dentro da lei e não existe contrato nenhum com a empresa MEDCARE”. Fonte otaboanense


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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Delegado explica esquema de bota-fora em Itapecerica

Compartilhar 0O Delegado de Meio Ambiente, Pedro Buk, responsável por apreender, no começo do ano, em um só dia 150 caminhões no bairro da Lagoa, em Itapecerica, explicou nesta quarta-feira, 10, após mega operação da Polícia Civil como funcionava o esquema fraudulento de bota-fora na cidade. “Os aterros eram instalados mediante situação econômica e só conseguiam funcionar através de conivência dos órgãos fiscalizadores”, disse. De acordo com ele o dinheiro era levado pelo dono do terreno. “O camarada que se apoderava do terreno por locação, invasão ou de forma corrupta em relação o legítimo proprietário e recebia de cada caminhão despejado em uma média R$ 100”, afirmou. O esquema fraudulento foi descoberto, segundo Pedro Buk, após a atividade repressiva da polícia em relação aos bota-fora. “Chegamos ali na ponta, primeiro motorista, caminhoneiro e o dono do terreno. Normalmente os donos dos terrenos são pessoas idosas, ou posseiros semi-analfabetos, os documentos todos nos nomes deles e nós desconfiamos que existia uma mão invisível que fomentava esses fatos. Notamos que as diversas apreensões que fizemos, inquéritos que instauramos, não eram tão isolados assim e chegamos a associação criminosa para exploração desses bota-foras”, explicou. O Delegado ressaltou que foi por meio de diversas escutas telefônicas que foi possível constatar que agentes públicos, políticos e os particulares lucravam com o esquema tinham relação interpessoal. “O vereador nomeava o subprefeito com a intenção de promover essa exploração ilegal dos aterros e receber de volta parte deste ganho. Eles (acusados) chegaram a usar máquinas da prefeitura nos aterros particulares”. Por fim, Pedro Buk, assim como o Promotor de Justiça, Gustavo Albano isentou a participação do Prefeito, Jorge Costa. “O prefeito não tem participação nenhuma tanto que quando tomou conhecimento exonerou a pessoa em questão (Vitor Rangel) que foi exonerado após utilizar maquinário da prefeitura para despejar entulho na cidade”. Fonte Jornalnanet
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Polícia cumpre 34 mandados de busca e apreensão em Itapecerica da Serra

Compartilhar 0Quatro prisões em flagrante, sendo um policial militar e três empreiteiros, por porte restrito de arma de fogo. Vários computadores apreendidos, centenas de pastas de documentos, mídias, R$ 12 mil em dinheiro, sete armas de fogo e uma vasta munição. Este foi o saldo final da mega operação da Polícia Civil, Delegacia do Meio Ambiente e da Corregedoria da Polícia Militar de Taboão deflagrada nesta quarta-feira, (10), em Itapecerica da Serra. A polícia investiga um esquema de comercialização de terrenos para depósito de resíduos de materiais de construção (como terra, piso e blocos de concreto), conhecido como “bota-fora”. Ao longo de toda a quarta-feira a presença de policiais e viaturas em Itapecerica foi intensa. Os moradores da cidade ficaram assustados, uma vez que diversas viaturas se espalharam simultaneamente por bairros alternados e órgãos públicos. Os policiais chegaram por volta das 6h30 e já se deslocaram para cumprir os mandados. Ao todo foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão em 27 locais visitados. A operação contou com a participação de 92 policiais. Entre os locais onde houve busca e apreensão estão as residências de 17 investigados, inclusive do vereador João Miranda. Além das residências a polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão na prefeitura municipal e nas sedes das subprefeituras dos bairros do Potuverá, Valo Velho e Jacira, no gabinete do vereador João Miranda, e, por fim, no Quartel da Polícia Militar de Embu. Na prefeitura e na Câmara a presença dos policiais causou alvoroço e nervosismo. “Não houve problema nenhum nem na minha sala, nem na minha casa. A prefeitura está tranquila com essa operação. Como agente público me sinto confortável com a operação, pois tranquiliza a cidade, uma vez que acreditamos que ela seja positiva e a apoiamos”, disse Heleno. A polícia teve dificuldade para entrar no gabinete do vereador João Miranda. A falta da chave da porta e do armário no gabinete do vereador João Miranda atrasou o trabalho dos policiais. Para entrar na sala, a polícia precisou pedir ajuda a um chaveiro, que após horas, conseguiu abrir a fechadura. Para abrir o armário, uma funcionária de outro gabinete precisou emprestar a chave, pois, o vereador que acompanhou o trabalho da polícia, não estava com as chaves. João Miranda disse a polícia que as chaves estavam com um seu assessor. Mesmo tendo acompanhado toda a operação o vereador João Miranda não quis falar com a imprensa. O presidente da Câmara Municipal, Chuvisco e o vereador José de Moraes acompanharam a operação de busca e apreensão no gabinete de João Miranda. O Jornal na Net tentou entrar em contato com João Miranda várias vezes ao longo do dia, por telefone, mas não teve sucesso. Fonte Jornal na Net


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Promotor vai pedir prisão dos acusados em bota-foras

Compartilhar 0O Promotor de Justiça do Meio Ambiente de Itapecerica da Serra, Gustavo Albano Dias da Silva, afirmou, nesta quarta-feira, 10, que vai pedir a prisão temporária dos 17 investigados no esquema fraudulento de bota-fora em Itapecerica da Serra. Para o promotor, a prisão dos suspeitos é fundamental para que a ordem pública seja garantida, uma vez que após operação realizada em fevereiro pelo Ministério Público, onde oito bota-foras foram fechados, os envolvidos continuaram com o esquema. O promotor isenta o prefeito Jorge Costa de participação ou responsabilidade sobre os crimes. "Ele é isento da investigação, nada foi econtrado contra ele (prefeito)", revelou o promotor. “Eles (investigados) continuaram com os aterros clandestinos, bota-fora e licenças, tanto que as conversas que utilizamos como escuta telefônica aconteceram depois da operação, o que significa que se eles permanecerem soltos, eles vão dar continuidade ao esquema”, ressaltou. Segundo o promotor há indícios que outras pessoas podem estar envolvidas no esquema. “Não descarto o envolvimento de mais policiais militares ambientais e funcionários da prefeitura”, relatou. A denúncia do Ministério Público aponta que os donos dos terrenos eram aliciados por empreiteiras que tinham como retaguarda fiscais da prefeitura, o vereador João Miranda e policiais militares. “Uma contabilidade foi apreendida demonstrando como se fosse uma mesada, o que empresários supostamente pagariam a funcionários públicos e policiais militares ambientais”, explicou. A polícia cumpriu nesta quarta-feira 34 mandados de busca e apreensão. Foram visitados 27 lugares, entre eles a Câmara Municipal, a Prefeitura e o quartel da PM. Sete armas e R$ 12 mil foram apreendidos. O dinheiro estava na casa de um dos policiais. O Ministério Público diz, nos autos, que escutas telefônicas mostram que o chefe de gabinete da Prefeitura usava o dinheiro da corrupção para, entre outras coisas, pagar a faculdade de uma secretária. Os suspeitos foram indiciados por formação de quadrilha, corrupção, falsidade ideológica e crime ambiental. As penas somam mais de dez anos. Fonte Jornalnanet
São Eles
INVESTIGADOS PELA POLÍCIA E MP


■Marcelo Braz – Policial Militar

■Fábio Lino dos Santos – Policial Militar

■Edson Luiz Carnelós – Policial Militar

■Júlio César Valente – Policial Militar

■João Miranda de Oliveira – Vereador de Itapecerica (PSB)

■Jaime Damasceno – Subprefeito do Valo Velho, Itapecerica

■Irineu Rodrigues Lemes – Subprefeito do Jd. Jacira, Itapecerica

■Heleno Antonio de Menezes – Chefe de Gabinete da Prefeitura Municipal de Itapecerica

■Vitor Rangel Guimarães de Faria – Empresário e ex-subprefeito do Jd. Jacira

■Márcio Borges – Empresário
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Ministério Público pode acabar com rodeio de Itapecerica


O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ajuizou nesta quarta-feira (10) duas ações civis públicas para impedir a realização de rodeios em áreas urbanas nos municípios de Santo Antônio do Jardim, a 201 km da capital paulista, e Espírito Santo do Pinhal, a 189 km da capital. As ações fundamentam que diversos laudos e estudos técnico-científicos demonstraram que o uso de certos acessórios como esporas em provas de montaria provocam danos nos animais, além de dor e sofrimento. Se as ações obtiverem êxito o rodeio de Itapecerica da Serra poderá acabar.




Se o MP conseguir acabar com os rodeios vai atender aos anseios de ambientalistas e dos críticos desse tipo de festa. Em Itapecerica, até o momento não dá para saber o retorno que a festa traz para a cidade.



Os promotores alegam que ficou comprovado, pelos mesmos estudos, que várias provas realizadas nos rodeios impõem crueldade contra os animais com destaque para a modalidade "calf roping", em que bezerros com 40 dias de vida são lançados e tracionados no sentido contrário ao que correm, e na sequência são erguidos pelos peões e atirados violentamente ao solo com três patas amarradas por meio de movimentos bruscos, causando sérias lesões em suas colunas e até a morte dos animais.





Os organizadores dos eventos sustentariam a prática dos rodeios como manifestação cultural brasileira, mas, segundo a ação, diversas modalidades realizadas são importadas da cultura norte-americana, incluindo os nomes das provas. A Promotoria de Justiça contesta ainda o argumento de que os rodeios representariam importante movimentação para a atividade econômica das cidades pois, segundo os dados oficiais, os shows musicais seriam o maior captador do grande público para as festas.


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Corrupção generalizada em Itapecerica da serra no Brasil e São Paulo

estampadas em todos os jornais e revistas as notícias cafés-requentados de corrupção no governo federal. Este título já foi utilizado por mim há muitos anos, por isso houve necessidade do II. Mas, as denúncias são no mesmo estilo, da mesma forma, os acusados agem do mesmo modo, tanto no “modus operandi quanto no modus “defesandi”. Não sabia, não conhece, nunca viu. Depois de algumas imagens; ah, fui apresentado, mas não sabia que ele era ele mesmo. E assim, o festival de cinismo, a versão mais característica de uma administração pública que não pune e se constituiu como sinônimo de corrupção.


Já há corrupção no próprio significado da palavra. Alivia o que seria apenas furto qualificado, por o objeto ser dinheiro público. Pode ser elevada a significar roubo, dependendo da violência aplicada. Para se começar um enfoque correto, seria preciso trocar a escrita leve para o que efetivamente ela é: furto ou roubo do dinheiro público.

Outra qualificadora é o fato de ser sempre oficial. Consta um valor real do contrato que, em surdina e previamente combinado, um percentual, com denominação de participação no lucro, cláusula de sigilo ou confiabilidade, com muita pompa, galhardia e oficialidade, volta para os bolsos dos farsantes. Num país com instituições fiscalizadoras já consolidadas, bastaria o patrimônio incompatível com a renda dos funcionários para configurar claramente a ilicitude.

Dureza mesmo é que a corrupção passou a ser generalizada em toda a extensão do território nacional, bem como nos órgãos do mais baixo até chegar à famosa Casa Civil da Presidência da República, que se tornou seu símbolo máximo, tendo as caras de José Dirceu e de Erigisse Guerra como retrato físico.

Em Itapecerica da serra, estamos vendo na mídia nacional corrupção de fiscais Vereadores porque não e so um vereador a corrupção aqui vai alem das esfera dos bota foras chega a varias autarquia da administração atual, o ministerio publico tem fazer uma varredura nos departamentos da prefeitura.

Não há nada de aprendizado nessa esbórnia toda.Tamanho é o problema e tão arraigado que nada é novidade; todos os mecanismos são conhecidos; as personagens, também e tolerância e desfaçatez de todos. Todas as instituições púbicas possuem seus órgãos de Controle Interno. Existe Procuradoria Geral da República com representação em todos os estados; existe Controladoria Geral da República; existem tribunais de conta de perder de vista. Órgãos existem. O quê que há meus pais; quê que há! Há dissimulação demais, falta de comprometimento com as próprias atribuições e, também há muita gente interessada e querendo a corrupção subjetivamente; mas obrigada objetivamente a ser contra.

Mas sempre há um aspecto que se torna diferenciado ao menos na aparência. No caso do governo Dilma Rousseff, o fato de ela atribuir a responsabilidade aos ministros sobre seus comandados, já que era cultural dizer apenas que desconheciam o que tinham por obrigação conhecer. Outro ponto relevante é que muitas denúncias surgirem de gente indicada por seu antecessor aponta que ou ela realmente tem um perfil de intolerância com a corrupção, ou não assimilou corretamente a lição do mestre. Além disso, vai ficar claro que a presidenta terá que fazer uma escolha entre agir forte, como deveria, arriscando a incompreensão da população e não conseguir a reeleição; ou mudar para o jogo da tolerância com a corrupção desenfreada e assegurar seu próximo mandato com tranquilidade, sempre em nome da governabilidade, outra vertente dos vários sinônimos de corrupção. O Brasil só ganharia se a presidenta optasse pelo risco da perda pessoal em prol da coletividade. Ah se presidenta decidisse por essa grandeza! Ah se a população se agigantasse e retribuísse essa opção da presidenta! A corrupção deixaria de ser endêmica e passaria a casos isolados, como a é em todas as democracias consolidadas.

Independente da escolha que fizer, a presidenta será forçada a matar muitas baratas, por opção ou não. Mas não pode demorar. Duas precisam ser chineladas já, rapidamente: os ministros da Agricultura - sem mais comentários, e o da Educação, pelo histórico de desserviço prestado




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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Será invencível a serpente?


Nos anos 80, quando era repórter da Globo no Rio, praticamente não havia concorrência. Lembro-me que, ao cobrirmos os fatos na rua, tínhamos como rivais apenas repórteres da Band, cuja sede paulista não investia muito na filial da cidade maravilhosa.


No inicio dos anos 80, quando surgiu a Manchete, esse cenário da concorrência começou a mudar. A Globo, até então absoluta, começou a ver com outros olhos a chegada da emissora dos Bloch. Com uma proposta chic e inovadora, a Manchete começou bem.

No jornalismo, inovou com cenários parecidos com os dos telejornais americanos na época. Aço escovado na bancada, com os profissionais do controle de imagem trabalhando atrás dos âncoras, enfim, um cenário futurista que em nada lembrava os tradicionais da Globo.

Documentários, programas de entrevistas e shows musicais acenderam a luz vermelha na Globo. Ela começou a ver que havia vida televisiva depois dos muros do Jardim Botânico. Era preciso começar a sair do “berço esplêndido” e colocar o talento e a experiência de seus profissionais a serviço de uma programação mais ousada e moderna. Mas nem precisou se esforçar tanto..

O tempo passou para os Bloch que não tiveram força e dinheiro para segurar o canal, apesar do bom time de profissionais que havia formado. Com o fim da Manchete, acabaram-se as chances do mercado aceitar uma outra emissora com a mesma qualidade. Uma lástima para os profissionais que viram se fechar uma porta no difícil mercado de trabalho. Perda para os telespectadores que ficaram orfãos de uma opção inovadora e de mais qualidade.

Agora, lendo a coluna Oops do portal da UOL, encontro a seguinte informação: “Embora a Record esteja fazendo bastante alarde nos últimos anos, de que ultrapassará a Globo em Ibope, a distância entre as duas emissoras ainda é bem grande”. Pensei, acho que já vi esse filme antes. E não é que vi mesmo?

A Record que anunciara aos quatro ventos que estava “a caminho da liderança”, foi vítima do velho clichê: nadou, nadou, e morreu na praia.

Ela falhou e falhou feio. Achou que poderia derrotar a “poderosa” com suas próprias armas, mas não se criam guerras nem guerreiros da noite para o dia.

Os caminhos adotados pela Record e a forma como é administrada por bispos e prepostos, haja vista o papel ridículo que fez no caso Datena, não indicam que ela alcance o sonho de chegar perto da Globo, quanto mais ultrapassá-la. Um espasmo aqui, outro ali. Mas o cenário não muda. O telespectador vai ter que aturar a supremacia do plim-plim por muitos anos.

Certa vez, quando perguntaram ao todo poderoso da Globo na época, o Boni, se temia a concorrência, ele respondeu: “os outros canais são mais lidos nos jornais, do que vistos na TV”.

O Boni estava certo.


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domingo, 7 de agosto de 2011

A nova crise do capitalismo



Ficaram famosas no meio político nacional as palavras de Juracy Magalhães, um dos tenentes dos anos 20 e participante do golpe militar de 1964, que, inquirido sobre as condições em que assumia, em junho de 1964, o posto de embaixador brasileiro em Washington, respondeu: “O Brasil fez duas guerras como aliado dos Estados Unidos e nunca se arrependeu. Por isso eu digo que é o que bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil".


Passaram-se muitos anos a partir de então, mas a última frase seguiu sendo exemplificativa de um certo tom de subserviência que, ao longo do tempo, vem marcando as relações entre Brasil e Estados Unidos, sendo também um emblema para posturas de exagerado louvor à América, notadamente por parte da mídia majoritária em nosso país.

Essas considerações me vêm a propósito da atual situação por que passam os americanos, mergulhados em uma crise sem precedentes e de difícil equacionamento. O jornalista Paul Krugman , conceituado colunista do “New York Times”, chega a mencionar que a evolução do problema poderá “empurrar os EUA para um padrão República de Bananas”, acrescentando que o desfecho final dos desentendimentos que redundaram em um discutível acordo, “põe todo o sistema de governabilidade em questão”.

Voltando à frase de Juracy Magalhães, ela não surgiu do nada. Na realidade, foi cunhada a partir de uma outra, de Charles Erwin Wilson, um manda-chuva da General Motors que, nomeado Secretário de Defesa pelo governo Eisenhower, teria dito, no Senado americano, que “o que é bom para a General Motors é bom para os Estados Unidos, e vice-versa”. Ela também mereceu divertida versão do Presidente Lula que, interrogado (em sua primeira visita a Washington) sobre as ligações entre o PT e o regime comunista da China, respondeu : “Eu não conhecia a China muito bem, até que o governo americano fez da China seu parceiro comercial preferencial. E eu pensei comigo mesmo: se é bom para os americanos, deve ser bom para os brasileiros.”

Penso que o panorama que agora se vislumbra na economia americana permite a construção de uma nova frase , que parodia todas as anteriores: definitivamente, o que está sendo um mal para os EUA não pode vir a ser um mal para o Brasil.

Obama está sendo empurrado contra a parede e derrotado em suas intenções por um segmento cujo fundamentalismo econômico abomina os valores sociais. A presença crescente, nas grandes decisões nacionais, do “Tea Party” – grupo ultradireitista, que prega a diminuição do Estado e radicaliza em relação à imigração e à religião - aponta para o ideários de uma sociedade cada vez mais fechada e avessa aos interesses dos menos favorecidos. Questões básicas, como a aplicação de maiores impostos às grandes fortunas, ou a retirada de incentivos fiscais à indústria de petróleo, ou a diminuição de gastos com armamentos, ou a manutenção/implementação de benefícios sociais, não encontram eco na maioria dos congressistas americanos.

Decididamente, o que é bom para os republicanos americanos não é bom para os brasileiros. Precisamos, por isso, ficar atentos. E faço essa observação porque não é difícil perceber ligações ideológicas entre o que pensam os políticos americanos mais retrógrados e o que defendem, em nossa política, os segmentos derrotados nas últimas eleições e encastelados na oposição, sustentados pela grande mídia. Aqui também se reage às ações que buscam vincular às atividades do Estados às causas populares. E aqui também, perigosamente, se tenta, pelo viés da instauração de um clima de ingovernabilidade, evitar o prosseguimento de políticas voltadas para as grandes causas sociais.

Penso que os Estados Unidos e os outros endividados países da Europa (Grécia, Espanha, Portugal, Itália, etc) estão pagando o preço devido pela atual versão do capitalismo, o preço de um liberalismo que se quer absoluto e que, em nome das leis de um mercado elevado à condição de Deus, dispensa preocupações sociais e reduz a quase zero os valores humanitários. A crise americana é (mais uma) crise do capitalismo. Realmente, pelas suas dimensões, pode provocar consequências sem precedentes, inclusive em nosso país, dado o perverso sistema de vasos comunicantes que interliga planetariamente o fato econômico. A desarticulação de uma economia (mesmo localizada) enfraquece a todos. Por isso, é preciso muito cuidado para não embarcarmos, aqui, nesse navio em vias de afundar.

Não sou dos que acreditam na morte das ideologias. Não acho, por exemplo que , com a queda do muro de Berlin, caíram os valores socialistas. Os próprios alemães, que derrubaram o muro, não fizeram os mesmo com as estátuas dos filósofos Marx e Engels, que lá estão, em Berlin, como objeto de diária romaria dos simpatizantes. Porque uma coisa é a prática indevida, a ação nefasta, que deve ser rejeitada, e outra coisa são as ideias que preconizam a redenção das grandes massa humanas no sentido da superação das injustiças, ideais imorredouros enquanto perdurarem as desigualdades sociais.

Obama, é óbvio, está longe de ser socialista. As soluções que propõe buscam apenas minimizar ou mascarar as perversidades de um sistema fundado no capital. Mas enfrenta uma turma que até se arrisca a perder os dedos, por não querer ceder os anéis...

E eu fico, aqui, com as palavras de Eduardo Galeano, escritor e pensador uruguaio, que, num misto de visão profética, construção poética e convite à prática política, afirma que o sistema neoliberal não é o único possível e diz pressentir que há, mesmo neste mundo enlouquecido e infame , a gestação de um outro, uma gestação difícil , mas que vingará. Não sei se a minha geração assistirá a esse nascimento, mas é nisso que, firmemente, deposito todas as minhas crenças.

Em tempo:

Por falar em palavras e crenças, quero deixar aqui meu abraço ao Eliakim e a todo o pessoal do DR , esse espaço que, nos seus dez anos de existência, propugna pelo exercício irrestrito da liberdade de expressão , crença maior do ideário democrático


2 Comentários recebidos

    • Em 07/08/2011, ricardo carvalho escreveu:

      Nunca a famosa frase: uma imagem vale mais do que mil palavras, foi tão bem aplicada. Não sei quem editou, mas foi coisa de gênio. Não que o artigo do Motta Lima não esteja soberbo,mas a ilustração está primorosa.

    • Em 07/08/2011, Rita de Cassia Aguiar escreveu:

      Puxa! foi isso que eu quis dizer (não com esta fluência:deve ser por isso que não fui compreendida) sobre o artigo "A volta da recessão..." e o sr. CarlosAC me chamou de desinformada."Mas não tem revolta, não..." Um abraço a todos do DR!


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