Foto: Juliana Prado/Especial para Terra
Juliana Prado
Um misto de palhaço e arlequim chamava a atenção no final da manhã deste domingo (3) na fila de votação de uma das seções eleitorais montadas no Colégio Estadual Central, em Belo Horizonte. Em um protesto solitário e silencioso, o personagem encarnado pelo estudante Eduardo Duarte, de 23 anos, lamentava a "falta de opções" na eleição deste ano. Duarte planejou em detalhes o seu plano de ação para protestar. Na maquiagem do rosto, estavam lá as cores verde, vermelha e azul, representando, segundo ele, PV, PT e PSDB, três protagonistas das eleições deste ano no Brasil. "O meu protesto é pela falta de programa e de discussão política e pela interferência negativa que a política tem na nossa vida", disse.
Com lágrimas azuis nos olhos e nariz vermelho pintado no formato da bandeira de Minas Gerais, o estudante, no entanto, garantiu que jamais anularia o seu voto. "É muita ignorância anular. Porque você acaba beneficiando o candidato que está à frente nas pesquisas", disse o manifestante.
Na hora da foto, o indignado, mas descontraído, o palhaço deixou claro que aquele não era um momento para brincadeiras e se entristeceu logo que foi flagrado pela câmera. O sorriso só se abriu para um irresistível aperto de mãos de uma menina que passava carregada pelos braços da mãe. Logo em seguida se despediu, satisfeito por ter externado sua silenciosa rebeldia. Hora de depositar o voto na urna.
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