20/10/2010
às 17:33Detran apura se carteira de habilitação de Tiririca é irregular
A Corredegoria do Detran de São Paulo abriu procedimento administrativo para apurar se houve irregularidade na emissão da carteira de habilitação do deputado federal recém-eleito por São Paulo Francisco Everardo Oliveira (PR), o palhaço Tiririca. A suspeita foi levantada pelo Ministério Público Eleitoral, que apura se o humorista é analfabeto e se fraudou o documento que tentava provar o contrário.
Em 2008, a operação Carta Branca, deflagrada pela Polícia Federal (PF), prendeu uma quadrilha que cobrava cerca de 1.800 reais para emitir carteiras falsas em diversos municípios paulistas, incluindo Itapecerica da Serra. O promotor do MP enviou as suspeitas ao Detran, que, no último dia 13, exigiu à corregedoria imediata abertura de procedimento administrativo.
(Adriana Caitano, de São Paulo)
Tiririca tem uma carteira de habilitação tipo “D” – para dirigir ônibus e vans – registrada na cidade de Itapecerica da Serra, interior de São Paulo, onde nunca viveu. O curioso é que o documento, transferido para a capital do estado em 2001, é datado originalmente de 7 de agosto de 1996 – sete dias antes de VEJA publicar uma reportagem em que a mãe do palhaço dizia que ele apenas sabia desenhar o nome.
Assim como para ser candidato a deputado, saber ler e escrever é critério para dirigir no território nacional. Se Tiririca conseguiu a carteira regularmente, pode ser uma prova de que é alfabetizado. Mas o promotor Maurício Ribeiro Lopes desconfia que a habilitação tenha sido fraudada. “Itapecerica tem histórico de fraudes desse tipo”, afirmou Lopes ao site de VEJA.Em 2008, a operação Carta Branca, deflagrada pela Polícia Federal (PF), prendeu uma quadrilha que cobrava cerca de 1.800 reais para emitir carteiras falsas em diversos municípios paulistas, incluindo Itapecerica da Serra. O promotor do MP enviou as suspeitas ao Detran, que, no último dia 13, exigiu à corregedoria imediata abertura de procedimento administrativo.
Processo - No último dia 13, Tiririca recebeu uma notificação sobre o processo que investiga se é falsa a assinatura dele em documento enviado à Justiça Eleitoral para comprovar ser alfabetizado . O prazo dado ao deputado para defesa termina na próxima segunda-feira. Caso ele não se manifeste, haverá uma audiência em que a Justiça irá colher material gráfico para comparar as caligrafias do palhaço e do documento.
Segundo o promotor Maurício Lopes, o PR, do qual Tiririca faz parte, também pode ser responsabilizado em caso de fraude. “A legenda nunca vai poder dizer que não sabia, porque acompanha todo o processo de registro de candidatura, portanto, ele não teria como esconder do partido que é analfabeto”, diz.(Adriana Caitano, de São Paulo)
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Talvez pelas verbas oficiais que recebem dos governos, a imprensa brasileira demonstra muita insegurança ou sensibilidade com relação às palavras das autoridades federais quando a criticam, em especial do presidente da República. É preciso reforçar a idéia de que a democracia já tem força suficiente para superar ameaças, concretas ou vãs, de uma única pessoa, independente do cargo que ocupe.
Ressalva feita, a proposta é falar da atuação fraca da imprensa no processo eleitoral. As perguntas formuladas aos candidatos são genéricas demais e divagações são aceitas como respostas. Responder o que foi perguntado deveria ser a regra primeira dos debates, sem importar a dureza da pergunta nem da resposta.
Como caminha para isso, caso vença no estado de São Paulo, o Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB vai completar vinte anos no Poder. Poderiam fazer um levantamento de quantas pessoas moravam em favelas em 1994 e quantas moram hoje. Por que não diminuíram ou acabaram com as favelas. Caso sustentem que fizeram isso, a imprensa deveria apresentar os números e as imagens de milhares de favelas em São Paulo. Exigir que as autoridades comprovassem onde foram transformadas, mas mostrar quantas favelas surgiram, que não existiam em 94. Sobre a violência, deveriam apresentar as centenas de milhares de pessoas assassinadas nesse período e saber como o governo resolveria esse genocídio tolerado até aqui. Além disso, mostrar ou indagar deles quantos assassinos foram punidos. As perguntas deveriam ser diretas e objetivas. Exemplo: qual governo é responsável direto pela segurança pública e pelos julgamentos de assassinos? Quantos assassinatos ocorreram no estado de São Paulo durante os dezesseis anos de governo do PSDB? Ou em outro estado, conforme quem esteja no poder.
Sobre a educação, o debate se restringe à promessa de uma em acabar a progressão automática. A questão não está na progressão automática, se a criança de 10 anos não sabe ler nem escrever, não importa se ela está na quinta série, com a progressão automática ou na 1ª com a reprovação. O relevante é que ela deveria saber e não sabe. Definitivamente, os fatores decisivos para isso são outros.
Agora, existem outras questões defendidas ou citadas por todos, mas ninguém fala do essencial. Voto consciente e colocar a culpa no eleitor por conta de pilantras que se aproveitam do poder para roubar dinheiro público. Ninguém cobra que os partidos tenham atividades fora do período eleitoral para conscientizar os cidadãos. Nenhum normal sabe onde fica a sede de um partido nem o que ele faz. Nada mais essencial para caracterizar um voto consciente do que ele ser facultativo. Defende-se democracia para tudo, menos para exercer o seu elemento principal, que é o voto.
A imprensa brasileira não sai do “a” falou de “b”, “c” respondeu a “d”, sobre os principais candidatos. Trata-se da elitização da fofoca de boteco. O pior é não se vislumbrar algum movimento na tentativa de mudança. Nem dos veículos de comunicação nem das várias entidades sociais. A Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, a União Nacional dos Estudantes – UNE, as ONGs, e outras entidades que se posicionam em tudo que lhes diz, ou não respeito, não tocam no voto facultativo.
Repete-se o que escrevi após as eleições de 1998. Depois dessas eleições, seriam necessários movimentos neste país para acabarem com o voto obrigatório. E já aproveitar o momento para avançar no aprimoramento do processo eleitoral para que a votação se realize pela internet.
Para o momento, tendo em vista que haverá muito bate-boca ainda, que a imprensa apresente dados e exija explicação objetiva dos candidatos da situação, por que determinados números, o que deveria ter sido feito e não foi. E da oposição, por que faria diferente num eventual governo, comparando com números de estados onde estão governando ou com gestões anteriores.
Como são feitos os chamados debates, o aproveitamento para o público é zero, tanto faz com um ou com mil. Nenhuma resposta coerente, prioridade para tudo e nenhum posicionamento objetivo ou tecnicamente confiável. Já a imprensa finge que está contribuindo para o voto consciente. Só se for de que nenhum político tem conteúdo. E, com a maior cara de conteúdo, descem a lenha em Tiririca. Talvez este, é que esteja sendo mais sincero.
Acredite esse pais mutio se fala de democarcia mais as midias desse pais a cada dia prova ao contrario,aqui esta um bom exemplo.
Adelcio Almeida Alcantara
para sempre os tempos mudou.
Escrito por Adélcio Almeida Alcântara
Enquanto candidato, Tiririca foi pichado por quase todos da mídia e da política tradicional por
ser um palhaço e em razão dos seus slogans satíricos de campanha. Ele sempre foi um
palhaço de fato e fazer piadas fazia parte de seu ganha-pão. Quando fazia gracejos em sua
campanha estava sendo coerente. Somente por ter a profissão de palhaço, Tiririca nem é pior
nem melhor do que nenhum concorrente profissional da política.
O festival de imagens de doutos engravatados enchendo literalmente os bolsos com dinheiro
de corrupção, nas meias e nas bolsas, que enlamearam as telas deste país, desautorizaria as
críticas ao palhaço. Essas imagens forçaram a renúncia de Joaquim Roriz, candidato
favoritíssimo ao governo do Distrito Federal. Pior do que alguns fatos são algumas
justificativas. Esse doutor justificara um empréstimo suspeito de dois milhões de reais, que
seria para a compra de uma bezerra. Nem que fosse de diamantes, custaria tanto. Mas, esse
gado de pelo de ouro passou a ser a salvação dos políticos ideais. Renan Calheiros, político
por excelência, senador da República, utilizou da nova raça de gado de ouro para justificar o
pagamento de pensão alimentícia por funcionários de empresa privada e outras dinheiramas
de seu patrimônio “billgateano”. Sua gente o salvou da cassação, inclusive com apoio
incondicional de Mercadante.
Ja em São Paulo a vergonha do dinheiro da fapesp e registro br com varios politicos do alto
escalão do PSDB envolvido
Episódios dessa natureza têm se repetido nos últimos anos, que passa a sensação de ser
requisito inerente à gestão pública. Um pouco antes, o notável Severino Cavalcanti criara o
mensalinho, que consistia em cobrar propina de proprietários de restaurantes localizados na
Câmara dos Deputados. O ex-governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, renunciou
ao cargo por ter sido filmado embolsando dinheiro. Ele e vários deputados. Pelos mesmos
motivos, também foram presos e são acusados os governadores do Amapá e de Mato Grosso
do Sul, além do prefeito de Dourados. O reeleito governador do Ceará passeou pela Europa
com a sogra com dinheiro da viúva. O uso de celular de serviço pela filha do senador Tião
Viana.
Essas mesmas condutas são praticadas diariamente pelo cidadão ao pagar propina em troca
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Sua Excelência, Tiririca
Escrito por Adélcio Almeida Alcântara
Sex, 15 de Outubro de 2010 15:51
da relevação de falhas. No Rio de Janeiro, dois policiais não deram a mínima para o
coordenador do grupo Afro Reggae agonizando, cena repetida pelos que liberaram os rapazes
que mataram o filho da atriz Cissa Guimarães. Isso também é rotina para evitar as multas de
trânsito, além dos cafezinhos para aprovação nos testes para aquisição da carteira nacional de
habilitação. E até pelos vendedores de qualquer coisa para adentrarem nos ônibus coletivos.
Além dessas condutas de cunho mais restrito aos políticos, existem as práticas generalizadas.
Todo dia vem acusação dos milhões pagos em horas extras no Senado e na Câmara dos
Deputados, inclusive quando os parlamentares estão em férias. Acho que os brasileiros já
esqueceram, mas não custa relembrar a farra das passagens aéreas pelos parlamentares
federais; a filha do Excelentíssimo senador Tião Viana gastou 14,7 mil em ligações do telefone
do Senado em passeio pelo México. Para fechar essa pequena célula desse jeito brasileiro de
boa cidadania e representantes ideais do povo, a revista Veja di 4 de outubro de 2009 que 17
milhões de brasileiros admitiram ter vendido o voto na eleição de 2008.
Todos esses citados aparecem engravatados e se tratam respeitosamente por excelência,
mesmo para mandarem tomar em qualquer lugar, quando mandam para a mãe tomar conta ou
quando range os dentes para intimidar e ameaçar colegas, como costuma fazer o
excelentíssimo senador Fernando Collor de Mello.
Tudo isso, para enfatizar a idéia de que corrupção é uma prática generalizada na política
brasileira de há muito tempo, para a qual Tiririca não contribuiu em nada com sua candidatura
e eleição, além de sua campanha ter ficado longe de descer a esse nível. Sua tão criticada
baixa escolaridade o credencia a pleitear a Presidência da República na próxima eleição.
Ainda que fosse acusado de alguma falha grave, o Palhaço não chegaria ao patamar de
bondades desses nobres. Portanto e literalmente, Tiririca é apenas uma pessoa simplória, um
palhaço de fato que, por si só, não merecia tratamento depreciativo. Agora, se fizer alguma
coisa positiva, será melhor do que muitos; se não fizer nada, empata com quase todos. Mas, se
ele empregar parentes; se seus filhos fizerem lobbie para empresa de amigos; ou se tornarem
bilionários do dia pra noite, o Palhaço teria grande chance de se tornar ministro da Casa Civil,
pois se enquadraria no perfil brasileiro de fazer política. Daí se concluir que, se ele não
corromper ou for corrompido até o final do mandato, Sua Excelência já teria sido melhor do que
grande parte dos parlamentares brasileiros.
Adelcio Almeida Alcantara