O modelo neoliberal colocou a economia acima da política, condicionando os países às regras do mercado e buscando eliminar suas soberanias. As discussões políticas, assunto de botequim, que sempre entusiasmaram os cidadãos em todos os tempos, se transformaram em debates técnicos, fora do alcance da maioria, com efeito desmobilizador estratégico. A economia sempre teve e terá papel determinante na política, mas não pode ser o único elemento a direcionar as ações dos governos, que precisam ter um olho no crescimento e outro no bem estar das populações.
Se a política se “economizou”, digamos assim, a economia se politizou, principalmente nas páginas dos jornais. O que não seria uma contradição, já que são atividades complementares, torna-se maléfico pelos objetivos que esconde. A "economização" da política afasta o cidadão do que o atinge diretamente, e a politização da economia o impede de ver o país real.
O noticiário econômico é, frequentemente, dominado por questões do interesse do mercado, como o aumento da taxa de juros, o que leva o tema da inflação a se perpetuar nas páginas, mesmo quando os indicadores já mostram o arrefecimento da alta momentânea. A leitura dos jornais passa uma idéia de que o Brasil se debate com uma inflação preocupante e está à beira da paralisação, quando a realidade é bem diferente.
Basta dar uma olhada no cenário internacional para ver como o país se posiciona. A dívida dos Estados Unidos já atingiu o limite legal de US$ 14,3 trilhões, e o governo pede a elevação do teto sob pena de sérios prejuízos aos títulos do Tesouro. A Europa enfrenta uma crise séria nos países mais pobres da zona do euro, com o os conflitos nas ruas da Grécia avisando Espanha, Irlanda e Portugal o que as espera amanhã.
Enquanto isso, o Brasil, um dos primeiros países a sair da crise financeira global, justamente por enfrentar politicamente a questão econômica, projeta seu futuro com entusiasmo diante de elementos concretos, como a exploração do pré-sal, as políticas públicas desenvolvimentistas e a necessidade de melhorar a infraestrutura para o crescimento e para a Copa do Mundo e a Olimpíada que se aproximam.
A realidade que o país vive é de expansão e não de recessão ou temores. O noticiário econômico poderia estar recheado de boas notícias se fosse do interesse dos grandes meios destacá-las. As novidades estão aí e é impossível evitá-las. Não ocupam as manchetes, mas têm alto impacto mesmo que não priorizadas. A busca por engenheiros por parte das empresas é incessante para projetos nas áreas de mineração, do petróleo, da construção civil e de infraestrutura. E os projetos são todos de longo prazo, o que permite enxergar um ciclo virtuoso para o país.
O pré-sal, que muitos trataram como fictício, eleva os investimentos da Petrobras e atrai conhecimento para o país. Por meio de notícia que também não foi manchete, sabe-se que já não existe mais espaço para empresas se instalarem no centro de pesquisa da UFRJ, no Rio de Janeiro. E não se trata de internacionalização das nossas riquezas. Todas atuam como parceiras da Petrobras e são obrigadas por lei a destinar 1% da receita bruta obtida com a exploração de petróleo a atividades de pesquisa.
As perspectivas brasileiras são as melhores possíveis. E se olharmos o país um pouco além das previsões das aves de mau agouro, é possível vislumbrar um cenário positivo de crescimento econômico de longo prazo, que o país não experimenta desde os anos gloriosos de 1930 a 1980.
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