Com as comemorações do Sete de Setembro deste ano, em todo o país surgiram protestos contra os atos de corrupção generalizados nos governos, embora o foco fosse o federal, por estar em evidência pela queda de ministros suspeitos de corrupção, com inúmeras evidências.
Nossa fama foi sempre de ser um povo passivo, e isso é fato. Uma característica muito enaltecida pelas autoridades com o nome trocado para povo pacífico, numa clara dissimulação. Prova de que somos excessivamente passivos é que, por muito menos, em termos de falcatruas no governo, os estudantes chilenos estão nas ruas por melhoria na educação; só para deixarmos por perto. Não se têm notícia de nenhum movimento popular neste país por melhoria de nada. As grandes manifestações, com destaque especial pelas Diretas-já e impeachment do ex-presidente Fernando Collor, sempre foram arquitetadas por grupos políticos partidários, o que não demonstra nenhuma politização da sociedade. Ao contrário, denota que se trata de uma população altamente manipulável.
Isso não quer dizer que não existam pessoas com disposição para a luta, falta uma cultura de agrupamento e de mobilização para reivindicações de interesse geral. Muitos fatores históricos contribuíram para essa imobilidade social. Firmou o pensamento nacional de que os governos devem exercer funções que são das próprias pessoas, como a alimentação, o material escolar e a compra de remédios. Aos governos caberia criar condições de empregabilidade. Mas inventaram bolsa disso e daquilo, são quotas, são passagens gratuitas para não sei o quê. Todas falsas medidas de inserção social, mas que favorecem pouco, não resolvem problema algum, mas conseguiram criar ilusão e alienação quase generalizadas.
Já foi dito que não se engana a todos por todo o tempo. Os brasileiros sabiamente, estrategicamente, aproveitam os momentos que as mídias não podem manipular todas as imagens e fazem o que mais sabem fazer: improvisar. Aí, aparecem nas grandes comemorações, na tentativa de mostrar um Brasil com problemas sociais muito graves, que a grande mídia e o governo fingem para o mundo que não existe.
Ao contrário do valor expressivo dado às manifestações por serem espontâneas, o mal está exatamente na espontaneidade, por falta de um objetivo bem definido. Nunca são formadas para cobranças, mas por puro protesto, que trazem como resultado a mera demonstração de insatisfação. É preciso que se formem grupos para organizarem manifestações com metas claras. Um pela extinção do voto obrigatório, o eixo de toda alienação, seria fundamental para o país. Outros para que a votação seja realizada pela internet para todos os cargos; também pela diminuição expressiva de deputados e extinção do cargo de vereador; por falta absoluta de utilidade e gerarem grandes e desnecessárias despesas aos municípios; pela diminuição em mais de 70% dos cargos comissionados; pela eleição direta, pelos seus pares em cada órgão, dos ministros do Supremo Tribunal Federal; pela extinção de tantas Justiças Especiais, principal instrumento da morosidade, muitas vezes utilizado de má-fé.
As manifestações espontâneas encaixam-se no popular “melhor do que nada”, mas o ideal seriam manifestações por algo, de forma organizada e duradoura até se alcançar o objetivo ou ao menos forçar os representantes a procederem às mudanças. Alguns exemplos foram apontados, mas o campo é muito mais amplo. Por enquanto, é “melhor do que nada”. Uma bandeira contra a corrupção já tremula na minha janela.
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Nossa fama foi sempre de ser um povo passivo, e isso é fato. Uma característica muito enaltecida pelas autoridades com o nome trocado para povo pacífico, numa clara dissimulação. Prova de que somos excessivamente passivos é que, por muito menos, em termos de falcatruas no governo, os estudantes chilenos estão nas ruas por melhoria na educação; só para deixarmos por perto. Não se têm notícia de nenhum movimento popular neste país por melhoria de nada. As grandes manifestações, com destaque especial pelas Diretas-já e impeachment do ex-presidente Fernando Collor, sempre foram arquitetadas por grupos políticos partidários, o que não demonstra nenhuma politização da sociedade. Ao contrário, denota que se trata de uma população altamente manipulável.
Isso não quer dizer que não existam pessoas com disposição para a luta, falta uma cultura de agrupamento e de mobilização para reivindicações de interesse geral. Muitos fatores históricos contribuíram para essa imobilidade social. Firmou o pensamento nacional de que os governos devem exercer funções que são das próprias pessoas, como a alimentação, o material escolar e a compra de remédios. Aos governos caberia criar condições de empregabilidade. Mas inventaram bolsa disso e daquilo, são quotas, são passagens gratuitas para não sei o quê. Todas falsas medidas de inserção social, mas que favorecem pouco, não resolvem problema algum, mas conseguiram criar ilusão e alienação quase generalizadas.
Já foi dito que não se engana a todos por todo o tempo. Os brasileiros sabiamente, estrategicamente, aproveitam os momentos que as mídias não podem manipular todas as imagens e fazem o que mais sabem fazer: improvisar. Aí, aparecem nas grandes comemorações, na tentativa de mostrar um Brasil com problemas sociais muito graves, que a grande mídia e o governo fingem para o mundo que não existe.
Ao contrário do valor expressivo dado às manifestações por serem espontâneas, o mal está exatamente na espontaneidade, por falta de um objetivo bem definido. Nunca são formadas para cobranças, mas por puro protesto, que trazem como resultado a mera demonstração de insatisfação. É preciso que se formem grupos para organizarem manifestações com metas claras. Um pela extinção do voto obrigatório, o eixo de toda alienação, seria fundamental para o país. Outros para que a votação seja realizada pela internet para todos os cargos; também pela diminuição expressiva de deputados e extinção do cargo de vereador; por falta absoluta de utilidade e gerarem grandes e desnecessárias despesas aos municípios; pela diminuição em mais de 70% dos cargos comissionados; pela eleição direta, pelos seus pares em cada órgão, dos ministros do Supremo Tribunal Federal; pela extinção de tantas Justiças Especiais, principal instrumento da morosidade, muitas vezes utilizado de má-fé.
As manifestações espontâneas encaixam-se no popular “melhor do que nada”, mas o ideal seriam manifestações por algo, de forma organizada e duradoura até se alcançar o objetivo ou ao menos forçar os representantes a procederem às mudanças. Alguns exemplos foram apontados, mas o campo é muito mais amplo. Por enquanto, é “melhor do que nada”. Uma bandeira contra a corrupção já tremula na minha janela.
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