Miami (EUA) - Durante a última campanha presidencial, os candidatos do Partido Republicano bateram sem piedade no plano de reforma da Saúde Pública concebido pelo governo de Barack Obama e aprovado pela então maioria democrata no Congresso – assim mesmo com diversas concessões que deformaram o projeto de lei original.
Graças a esta “guerra santa” e à crise econômica que assola o país, os republicanos venceram as eleições em 2010 e conquistaram a maioria na Câmara de Deputados, além de terem conquistado algumas cadeiras no Senado e elegerem governadores e prefeitos em diversos estados e municípios.
No entanto, ganhar eleição não é tão difícil, duro é manter a confiança dos eleitores. Agora, os parlamentares republicanos estão promovendo reuniões com os cidadãos de seus distritos eleitorais tentando explicar ser bom para os aposentados trocar o Medicare – um programa que garante assistência médica e remédios a preços bastante acessíveis – por uma proposta na qual eles teriam que ir ao mercado de seguros saúde para comprar um plano que melhor lhes poderia atender.
Para complicar, os republicanos vêm opondo-se ostensivamente à proposta das autoridades fiscais americanas em taxar mais os ricos para arrecadar os impostos necessários a fim de manter a máquina pública funcionando. Os republicanos alegam que taxar os ricos é dar um tiro no pé, uma vez que tira incentivo para eles fazerem mais investimentos no país – algo que os EUA estão carentes para revitalizar seu parque industrial, atualmente ultrapassado pelas nações em desenvolvimento, sobretudo as integrantes do BRIC (Brasil, Rússia, Índia esobretudo China).
Durante as tais reuniões, os republicanos são vaiados pelos aposentados – muitos dos quais votaram nos próprios deputados - que não estão convencidos de que esta opção é mesmo a melhor para eles. Afinal, “ir para o mercado” pode ser um caminho sem volta, porque o aposentado, que precisa viver com uma renda inferior à do tempo em que ele integrava o sistema produtivo (alguma semelhança com o Brasil?), pode ver sua renda mensal comprometida ao ter de pagar o plano de saúde que obviamente custa mais à medida que sobe a idade do segurado.
Até parece aquela piada do comunista com o matuto mineiro. O comunista aponta para uma colina e diz: “Está vendo aquela área? Pode ser tua”. O matuto responde: “Bom”. Em seguida, mostra outra área, repete a pergunta e a resposta é a mesma. Daí, vira-se para outro lugar e faz a mesma pergunta. Desta vez, porém, a resposta é diferente: “Esta aí não, doutor, esta é minha”.
Ou seja, todo mundo quer dividir, desde que seja o que pertence aos outros. Este, aliás, é o grande problema do ser humano. O egoísmo faz com que muita gente sonegue impostos, esquecendo-se ou simplesmente ignorando que o Estado precisa do dinheiro de todos os contribuintes para o governo disponibilizar os serviços públicos, sobretudo nas áreas de Educação, Segurança Pública e Saúde.
Por isto, os cidadãos americanos estão resistindo a mudar a atual fórmula, mesmo com as assustadoras ameaças feitas pelos parlamentares republicanos que tentam mexer com o patriotismo exacerbado ao dizer que, “se nada for feito, nosso país entrará em processo de falência e só nos caberá decidir de qual país tomaremos empréstimos”, conforme frisou Daniel Webster, deputado federal da Flórida.
Ironicamente, Ryan Paul, a super estrela do movimento Tea Party que está tomando conta do Partido Republicano, vem enfrentando forte resistência dos cidadãos e acusa os democratas de usar táticas para amedrontar os aposentados. Porém, ele próprio admitiu que os adversários simplesmente estão usando as mesmas armas usadas pelos republicanos quando queriam inviabilizar o plano de saúde proposto por Obama.
É assim que a coisa funciona, a não ser no Brasil onde o principal (talvez o único) partido oposicionista vem esfacelando-se e corremos o risco de o governo Dilma não ter nenhum problema para aprovar o que for enviado ao Congresso Nacional. Também o que podemos esperar de um Congresso que tem no Conselho de Ética Renan Calheiros, Edison Lobão Filho, João Alberto de Souza, Romero Jucá e Gim Argello.
Cadê o PT? Está apoiando integralmente todos estes políticos de “direita”. E ainda tem gente que acredita ser este partido “defensor das causas esquerdistas”. Transformou-se claramente no partido “da boquinha” e se deu muito bem com o PMDB
Radioxfm Direto da redação
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