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Certa vez ouvi de um diretor de jornalismo de uma emissora de TV que “felicidade não dá audiência”. Na época achei essa frase absurda . Como assim? Quer dizer então que ser feliz é algo tão banal que não desperta interesse no público?
Com o passar dos anos, o mundo das notícias e a própria vida acabaram por me convencer de que a frase do tal diretor não deixava de ter lá seu fundo de verdade. Afinal, quanto mais agressivo, polêmico e até sangrento o assunto melhor, pois isso se traduziria em maior audiência e/ou venda de jornais. Se não vejamos.
Pelos baixos índices de audiência que vêm apresentando, os reality-shows das emissoras só fazem sucesso quando mostram participantes problemáticos, infelizes e deprimidos por algum insucesso ou frustração que tiveram em suas vidas. Se durante as semanas do show surgirem casais que se apaixonam e demonstram total felicidade, parece que há até uma rejeição por parte do público que se reflete nos baixos números da preferência popular.
Nesse caso, o que estaria faltando? Mais infelicidade e menos melação amorosa? Se levarmos em conta a frase do tal diretor de TV, sim. Porque o que garante os pontinhos a mais na audiência são os desencontros e desamores explícitos. Estão ai os personagens das novelas que não o deixam mentir. Quanto mais vilão, mau e sem caráter o personagem, mais o público é atraído, fazendo até que ele se transforme no ponto central da trama.
Quanto aos bonzinhos , estes não tem vez. São sempre chatinhos e desinteressantes. De vez em quando, dependendo do ator ou atriz, um deles se salva na história, mas é tratado como exceção. Para o público, o personagem compreensivo demais, amigável e ético já não combina muito com o mundo de hoje, onde só se vê puxada de tapete ou baixaria parecida, na vida real.
Um tema sociológico muito interessante que, se discutido a fundo vai revelar grandes aberrações de caráter em nossa sociedade ocidental, que se identifica com a violência e o mau-mocismo.
Volto a manifestar minhas dúvidas quanto ao conceito emitido pelo tal diretor. Mas o casamento do príncipe William com a plebéia Kate Middleton parece enquadrar-se nessa distorção de caráter. Ninguém duvida de que os dois se dão bem, independente da tricotagem do reino britânico de aprovar ou não essa união. Os dois não foram colocados lado a lado por um acordo nupcial entre famílias e sim porque se apaixonaram há muito tempo e não estão nem aí para as exigências e formalidades da realeza.
Se as cumprem, é porque não têm outro jeito, mas o fato é que, mesmo felizes, são a maior atração mundial do momento, batendo qualquer pop star da moda. Mas isso, em tese, não vende revista ou jornal e muito menos garante acessos frenéticos em sites especializados na internet.
E é aí que está o X da questão. Será que uma parte da mídia, apesar de exaltar o casal por um lado, mas expô-lo ao ridículo por outro, não estaria confirmando a teoria da felicidade que não dá audiência?
Quem tem acompanhado o noticiário sobre o casamento real, observa que, ao mesmo tempo em que pipocam as notícias sobre o glamour do acontecimento, destacam que Kate Middleton está magra demais ou se veste de maneira inadequada, etc. Ou seja, parece que a mídia está sempre atrás de algo que ridicularize ou de alguma maneira agrida o conto de fadas britânico.
Será que o tal diretor realmente sabia das coisas? Sei lá, mas a verdade é que em relação ao casamento real muita gente não se conforma com “tamanha felicidade”, tão formal e arrumadinha, a ponto de uma empresa de telefonia celular meter a colher na polêmica, sugerindo, através de uma sátira em vídeo, um casamento muito menos austero e mais divertido. ( Veja o vídeo ) para conferir no vídeo.
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