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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Acima dos logotipos



Já pensou como seria interesante e divertido ver o Jô Soares sentado numa cadeira da Escolinha do Gugu participando como convidado do programa da Record? Ou então a Ana Hickmam mostrando sua casa e suas aptidões culinárias no Estrelas da Angélica na Globo? Ou a Ana Maria Braga sentada no sofá da Hebe para ser entrevistada? Impossível, não? Mas só no Brasil.


Esta semana, na TV dos EUA, fiquei sem saber direito que canal estava assistindo, pois apesar de Oprah Winfrey apresentar seu programa na CBS, todas as outras emissoras faziam matérias jornalísticas falando da sua festa de despedida de seu programa. Oprah, a mais famosa apresentadora de talk-shows de todos os tempos, vai ter agora seu próprio canal de televisão, por isso seu último programa na rede CBS transformou-se em uma festa com a presença de celebridades do cinema, da TV e da política.

O que vale destacar, além do fato em si, é que nenhum outro canal de televisão deixou de mostrar e comentar os bastidores da festa nesta quarta-feira, porque Oprah é notícia e seu nome está acima de qualquer logotipo.

E isso não acontece somente porque Oprah seja um espetáculo. Programas como Dancing with the Stars, na ABC, e American Idol, na Fox, que estão entrando em sua fase final, recebem o mesmo tratamento por parte das outras redes. Todas noticiam fartamente programas e atrações de emissoras concorrentes, desde que sejam notícia. Sem essa de temer a concorrência. Tudo da maniera mais democrática e natural possível.

Um empresário televisivo me dizia outro dia que “a televisão no Brasil mudou muito”. É verdade, mas só se for na qualidade da programação, porque essa guerra quase odiosa entre as redes parece mais forte do que nunca. É uma querendo comer a outra, sem pudor ou ética. Edir Macedo, o bispo e dono da Record, não se cansa de dizer que seu sonho é acabar com a Globo. Mas pelo visto está muito longe disso, sua preocupação agora é não perder o segundo lugar para o SBT.

Essa guerra é antiga, anterior mesmo à entrada do bispo e seus bilhões de dólares no cenário. Certamente, o monopólio “de fato” exercido pela Globo há décadas fornece munição para alimentar essa guerra. A emissora do Jardim Botânico jamais permitiu que seus contratados apareçam em outros canais. Consideram seus dirigentes que isso daria pontos para a concorrência. Se esquecem, talvez, que, na medida em que seus contratados e programas são noticia em outros canais, isso pode lhes trazer mais audiência.

De qualquer maneira, devemos reconhecer a enorme diferença entre os dois mercados. Um talk-show nos EUA dispõe de material humano interminável, ou seja, não faltam celebridades para serem entrevistadas. Gente do cinema, do teatro, das artes, da política, além de artistas e jornalistas de outras redes de TV. Só o mercado cinematográfico despeja nos cinemas de todo país, semanalmente, cerca de dez filmes. Imagine a quantidade de material jornalistico que isso gera.

Um talk-show no Brasil, e o único que pode ser citado como tal é o do Jô, luta com dificuldades para manter o nível dos entrevistados diariamente. O telespectador sente que a fórmula está cansada, o Jô ficou chato e os convidados já não são tão interessantes. E olha que o Jô dispõe do maior manancial de celebridades, que está no elenco da Globo.

Agora, imagine um talk-show nos mesmos moldes na Record. Dificilmente iria se criar. O elenco da Record, como disse acima, apesar dos bilhões do bispo não decola. O pessoal tem medo de ir para lá e quebrar a cara, como já aconteceu com dezenas de atores da Globo. Assim, um talk-show na Barra Funda teria vida curta em termos de celebridades.



Nos EUA, vira ídolo quem realmente tem talento independente de monopólios, números de audiência ou logotipos privilegiados. Quem é bom e provou isso tem seu espaço garantido. Enquanto isso, apesar de anunciarem aos quatro ventos que a Globo é a quarta maior emissora do mundo, o Brasil está atrasado muitos anos-luz em relação a uma visão globalizada do que é a verdadeira comunicação de massa, elemento imprescindível para o crescimento democrático, humano e profissional de qualquer país que atráves de seus meios de comunicação, rádio, jornal, tv e agora internet promovem e exaltam seus verdadeiros talentos, independente da empresa em que atuem
Direto da redação


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