Publicado em 10/07/2011
EUA já vivem clima de campanha
A eleição para presidente dos EUA está distante, mas o clima de campanha já começou – para os dois lados. Enquanto os democratas têm seu candidato natural e trabalharão pela reeleição de Barack Obama, os republicanos começam a esquentar os motores para ver quem será o ungido do partido para desafiar o atual ocupante da Casa Branca.
Os candidatos são de vários matizes. Desde aqueles mais preocupados em enfatizar as questões econômicas como Mitt Romney e Tim Pawlenty até um sujeito totalmente anárquico como Ron Paul, passando pelo polêmico Newt Gingrich e chegando aos ultraconservadores Rick Santorum e Michelle Bachmann.
Recentemente, uma passagem contida num blog mantido por um grupo conservador de Iowa provocou muita controvérsia no feudo republicano. Os autores sugeriram que os filhos de negros nascidos nos EUA na época da escravidão estariam em melhores condições no país do que aqueles que nasceram sob o governo de um presidente negro.
Desnecessário dizer que isto foi motivo de forte reação da comunidade negra americana e exigiu a retirada deste trecho da manifestação do grupo conservador. Mais ainda, a ex-deputada por Minnesota, Michelle Bachmann, e o ex-senador pela Pensilvânia, Rick Santorum, negaram veementemente terem endossado estas declarações, como haviam acusado grupos liberais.
Ambos enfatizaram que defendem e lutam pelos “votos do matrimônio”, ou seja, combatem o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o aborto, a infidelidade e a pornografia e são a favor da indissolubilildade do casamento entre um homem e uma mulher. A própria Michelle Bachmann é casada com o mesmo homem por 32 anos.
Aliás, ela pode ser a grande surpresa das próximas eleições. Com este discurso conservador que tem forte apelo junto a um eleitorado com visão mais retrógrada, Michelle Bachmann vem surgindo como uma forte candidata, sobretudo por ter o apoio explícito do Tea Party, movimento conservador que luta pelo fim dos impostos e é extremamente xenófobo, pregando a deportação de imigrantes indocumentados, além mais protecionismo às empresas americanas.
Muita gente duvida que ela consiga vencer as primárias do Partido Republicano e seja ratificada como a candidata oficial do partido para a eleição presidencial do próximo ano. Porque, com esta plataforma, ela afasta os eleitores conservadores mais inteligentes que jamais endossariam uma insensatez desta. Desta forma, a chance de Obama se reeleger aumenta significativamente. E o Tea Party não possui votos suficientes para suprir a ausência desta fatia do eleitorado conservador. Sem contar que muitas empresas relutariam em financiar a campanha de uma pessoa com uma plataforma tão radical quanto irreal.
Apesar de tudo, Michelle Bachmann vem transformando-se no novo fator da política conservadora americana, ocupando o lugar que era até então de Sarah Palin. A ex-governadora do Alasca, porém, parece bem mais disposta a faturar com venda de livros e palestras do que se lançar em uma aventura política. Ela foi seduzida pela mídia, assim como Mike Huckabee, ex-governador de Arkansas e preferido do eleitorado evangélico do interior dos EUA. Hoje, ele tem um programa na rede Fox News, cujo slogan é “fair and balanced” - algo que definitivamente não condiz com a verdade.
Intramuros, comenta-se que os coordenadores do Partido Democrata torcem pela vitória de Michelle Bachmann, a quem consideram fácil de ser batida numa eleição e uma pessoa sem carisma para enfrentar Barack Obama em debates. No entanto, antes de mais nada, é preciso o atual governo fazer a parte dele porque as últimas notícias não têm sido animadoras, com os indicadores apontando um mercado imobiliário quase parado e a taxa de desemprego em alta.
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