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quarta-feira, 13 de julho de 2011

O fim do petróleo




O fim do petróleo

Bristol (EUA) - Acabo de chegar de mais de três semanas na Inglaterra e na França, onde, na medida do possível, me mantive afastado de televisões e internets, pois o espírito humano precisa de um refrigério.

Como estava em Londres nos meus últimos dias, aproveitei para comprar a última edição do News of the World, como um item para ser colecionado e um monumento à arrogância do império midiático comandado pelo australiano-americano-britânico Rupert Murdoch. Hoje, antes de sair de casa, assisti rapidamente, pela BBC, ao pronunciamento do Primeiro-Ministro do Reino Unido, David Cameron, procurando distanciar-se o mais possível de um personagem, como Murdoch, que até pouco ele cortejava diligentemente. Tão diligentemente que nomeou um homem de confiança de Murdoch, hoje envolvido até as orelhas no escândalo dos grampos telefônicos, seu Diretor de Comunicacões.

A história ainda terá muitos desdobramentos, inclusive nos Estados Unidos, onde Murdoch é dono, entre outras empresas, do Walll Street Journal, do New York Post e, last but not least, da cadeia de televisão Fox News, especializada em deturpar notícias e onde se abrigam os mais ferozes adversários da administração Barack Obama, como Bill O’Reilly, Sean Hannity e, até recentemente, o alucinado Glenn Beck.

Mas minha atenção, ao regressar aos Estados Unidos, foi despertada por um artigo na página op-ed do New York Times que, a longo prazo, é muito mais importante para o futuro da humanidade do que as estripulias de Murdoch e seus asseclas. Trata-se do esforço conjugado de sete parceiros – a União Europeia, os Estados Unidos, a China, a Índia, o Japão, a Rússia e a Coréia do Sul – para desenvolver a fusão nuclear, a partir do mais amplo recurso natural de nosso planeta: a água do mar.

Pode parecer ficção científica e, de uma certa forma, é. A fusão nuclear é a energia que move o sol e as estrelas. É o contrário da fissão nuclear, das armas atômicas. É obtida fundindo dois núcleos atômicos, convertendo massa em energia, sob a forma de calor. Este calor torna a água em vapor, que movimenta as turbinas geradoras de eletricidade ou produz outras formas de combustível.

A água do mar, uma riqueza inexaurível, fornece os isótopos de hidrogênio, como deutério, no qual a fusão ocorre quando aquecido por um plasma a uma temperatura – se segurem, amigos – de cem milhões de centígrados.

Aí está o busílis e aí está a razão da união de nações científicamente avançadas para solucionar o problema. O diagrama científico para tornar a fusão exequível já existe e ela poderá, no espaço de mais duas ou três décadas, tornar obsoletos não apenas os combustíveis fósseis, como o petróleo, como as atuais usinas nucleares, que dividem o núcleo atômico. A fusão nuclear não produz gases do efeito estufa, nem tem o perigo de acidentes radioativos como o de Chernobyl ou o acontecido este ano no Japão.

Pergunto: onde está o Brasil neste projeto? Qual é a nossa participação? Quando ouço que as nações cientificamente mais adiantadas do planeta se unem em um empreendimento de tal envergadura, enquanto nosso país não é ouvido nem cheirado, me convenço cada vez mais que toda a estrutura do ensino brasileiro é arcaica e deficiente.

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