Esta semana , nos Estados Unidos, Peter Moskos, um professor do John Jay College of Criminal Justice, divulgou seu livro em que faz a apologia do castigo físico no lugar de pena de prisão, que ele considera uma forma ineficaz e cruel de punição. E propõe que o apenado tenha a opção de escolher entre levar chibatadas e ser encarcerado.
Nas contas do professor, que podem ser aperfeiçoadas, seriam duas chibatadas para cada ano de prisão. O cidadão que pegou dez anos de gancho, por exemplo, toma suas vinte chibatadas e vai para casa curtir a dor e curar as feridas. Assim que ficar bom, volta à vida normal, provavelmente, espera-se, regenerado do crime cometido.
Mas o professor faz uma ressalva. Estupradores e assassinos não estariam entre os contemplados. Esses deveriam ficar presos pelo resto de suas vidas. O privilégio das chibatadas, se é que podemos assim chamar tal castigo, seria oferecido apenas aos que não cometeram crimes violentos, como assassinato e estupro.
Moskos acha que, se colocada em prática sua teoria, a população carcerária dos EUA diminuiria de 2,3 milhões para 300 mil. O professor argumenta que essa história de que prisão é boa para a alma é uma bobagem. Para ele, as pessoas saem dos presídios piores do que entraram.
No mesmo dia em que tomei conhecimento da discutível teoria do professor, eis que um juri federal considerou o ex-governador do Estado de Illinois, Rod Blagojevich, culpado de 17 das 20 acusações que pesavam contra ele.
Blago, como é chamado pela mídia, envolveu-se em vários casos de corrupção, incluindo fraudes, cobrança de propina e uso irregular de fundos de campanha, tudo aquilo que a gente já sabe de cor e salteado. Na pior delas, que está documentada em gravação feita pelo FBI, Blago negociou a venda da vaga de Obama no Senado.
Aqui cabe uma explicação. Nos EUA, não existe a figura do suplente de senador. Quando há uma vaga por renúncia do titular, cabe ao governador do Estado pelo qual ele foi eleito nomear o substituto. Como Obama se afastou para assumir a presidência, coube a Blago, também democrata, escolher o substituto. E aí deu no que deu. Ele foi apanhado pelo FBI, cassado pelo Parlamento de seu Estado e agora condenado pelo Grande Juri em Chicago.
E aí eu volto à história das chibatadas, pelo seguinte. Blago foi condenado em 17 acusações. Cada uma delas tem uma pena específica. E essas penas acumuladas podem ultrapassar os 300 anos de prisão. Supondo que o juiz lhe ofereceria a chance de trocar a pena de prisão pelo castigo físico, o corrupto governador teria que decidir: 300 anos ou 600 chibatadas. Será que ele aguentaria castigo físico de tal intensidade?
Claro, estamos aqui fazendo um exercício de especulação. Mera suposição que me leva a dividir com você, prezado leitor, minha preocupação com a quantidade de mensagens que entopem minha caixa postal, desde o acidente com o helicóptero que levava amigos do governador Sergio Cabral, inclusive a namorada de seu filho.
Levantaram cuidadosamente a vida de Cabral e suas perigosas ligações com empresários que, como ele, enriqueceram da noite para o dia. A meu ver, Cabral, como a maioria dos politicos, inebriou-se com as facilidades que o poder oferece a quem não está preparado para exercê-lo e caiu na tentação dos favorecimentos ilícitos graças à promiscuidade com obras e empreiteiros, o setor mais propício para essas trocas de benesses.
Muito bem. Mas essa é apenas minha opinião, distante e baseada no que leio na mídia e recebo de leitores. Não me cabe julgar se Cabral é honesto ou não. Aparentemente, não há provas concretas de seu envolvimento em corrupção, embora as evidências sejam toneladas. Mas, se houvesse vontade política e menos interesses em jogo, as atividades do governador deveriam ser investigadas. Aliás, caberia a ele próprio vir a público e desmentir as acusações, e explicar “din-din por din-din” como conseguiu acumular tantos bens em tão pouco tempo.
E aí, voltei a me lembrar do professor Moskos e sua teoria do castigo físico. E me perguntei: se Cabral, supostamente, fosse condenado, quantas chibatadas ele receberia em troca da pena de prisão? Cartas para a redação.
Placar da cidadadia
Menos de uma semana depois que o casamento homossexual foi legalizado em New York, o Senado do Estado de Rhode Island aprovou lei permitindo a união civil entre pessoas do mesmo sexo, mas não o casamento. Isso significa que casais formados por gays e lésbicas terão os mesmos direitos e deveres concedidos aos casais heterossexuais.
Apesar da aprovação, os defensores dos direitos dos homossexuais protestaram energicamente contra o que consideram uma cidadania de segunda classe, porque eles não podem casar na igreja.
Agora são cinco os Estados americanos que aprovaram apenas a união civil: Delaware, Havaí, Illinois, New Jersey e Rhode Island. E sete os que permitem também o casamento entre pessoas do mesmo sexo: Connecticut, Yowa, Massachusetts, New Hampshire, Vermont, New York e Washington
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